Quantas vezes as fronteiras dos nossos limites e do dizer NÃO são ultrapassadas? Esses questionamentos têm sido levantados pela mídia nos últimos tempos e principalmente por conta dos jogos olímpicos.
Hoje estamos diante de atletas de alta performance e com uma expectativa de um excelente desempenho e resultado. É sútil o entrelace entre o desejo e a expectativa do outro. Por um lado existe o atleta que priva-se e dedica-se psiquicamente e fisicamente anos de sua vida para o esporte, e do outro, tem-se a expectativa dos treinadores, patrocinadores, comissões e espectadores – claro que nas suas respectivas projeções.
É nessa linha tênue (quem sabe a trave?) entre o meu desejo e a expectativa do outro que mora o não, o limite entre o que eu desejo e o que outro espera. Reconhecer esse limite faz-se necessário para o cuidado e a promoção da saúde mental. A viabilidade e possibilidade de dizer o não ainda é um privilégio que poucos têm acesso.
Quem já teve o desejo de verbalizar o não para um trabalho ? Casamento? Maternidade? Projeto? Sonho? Estilo de vida?
E por qualquer razão esse limite não pode ser verbalizado?
Promover um cuidado com a saúde mental é construir um espaço reflexivo em que esse sujeito equilibre-se e questione-se sobre os aspectos individuais, sociais e/ou coletivos que o dizer não quando necessário permite e acima de tudo sustenta.
Foto: REUTERS/Lindsey Wasson – Simone Biles na final da trave nas Olimpíadas 2020/2021.
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